O isolamento social causado pela pandemia da COVID-19 trouxe muitos desafios para todos nós. Enquanto que, anteriormente, a tendência das grandes metrópoles era construir apartamentos cada vez menores, os momentos em casa fizeram muitas pessoas repensar o espaço que tinham disponível e como esse espaço deixou de atender às suas necessidades.
De acordo com arquitetos entrevistados pelo jornal Folha de São Paulo, as mudanças que chegaram com a quarentena, em especial a ampla adesão do home office, já apontam a tendência que coloca a casa no centro das atenções depois da pandemia.
Além do home office, outras transformações vieram para ficar, algo que deverá mudar a configuração atual das residências, colocando por terra a inclinação para espaços cada vez menores e mais compartilhados.
Em complemento a isso, a pesquisa indicou também que mais de 73% dos brasileiros passaram a enxergar seus lares de forma diferente por conta da pandemia e do isolamento social, sendo que 16,5% optaram por uma mudança de endereço ainda durante o período de crise.
Na sequência, trouxemos algumas dessas tendências para as moradias pós-pandemia.
Espaços mais amplos e mais verdes
Durante a quarentena, pessoas que estavam acostumadas a espaços mais restritos e com diversas áreas compartilhadas se viram em uma situação complicada devido ao distanciamento social necessário. Por isso, a busca por espaços maiores e casas tem aumentado bastante em relação ao período pré-pandemia.
Essa procura por ambientes mais arejados e com mais verde favorece imóveis antigos, que costumam ter plantas maiores, janelas amplas, pé direito alto, muita luz e áreas externas generosas, segundo a arquiteta Teresa Mascaro declarou à Folha.
Ainda, com o objetivo de garantir espaços mais funcionais, alguns ambientes que se tornaram bem populares nas cidades grandes, como as varandas gourmet, poderão ser sacrificados para dar lugar às novas necessidades do momento – como um escritório, por exemplo.
A grande incógnita é em relação aos apartamentos compactos, com cerca de 30m², que tendem a perder espaço nesse mercado em que ambientes individuais estão sendo cada vez mais valorizados.
Home Office
Os espaços para home office precisaram retornar com tudo durante a pandemia. Seja um lugar pequeno ao lado da lavanderia, uma escrivaninha retrátil no quarto ou mesmo a mesa da cozinha, as pessoas precisaram encontrar espaços dedicados ao trabalho em casa durante a quarentena. E essa foi a principal mudança estrutural e comportamental na vida de muitos brasileiros, o espaço para home office já deve ser contemplados nas entregas dos novos empreendimentos residenciais daqui para frente.
Segundo a arquiteta Mila Strauss, para os espaços de coworking em áreas comuns, há uma nova tendência ganhando força, são os chamados “phone booths”, que são áreas pequenas, reservadas e individuais para evitar o contato físico entre os moradores. E a divisória entre cada espaço pode ser feita nos próprios corredores dos prédios.
Hall de entrada para a descontaminação
O hall de entrada, geralmente, é um privilégio de residências mais amplas ou edificações antigas, mas, que com a pandemia, possuir uma área de descontaminação tem sido uma necessidade latente em todos os lares. É importante chegar em casa e retirar os calçados antes de entrar, descarregar as compras e tirar roupas superficiais.
De acordo com Strauss, essa é uma prática muito comum no Japão e que está chegando para nós agora. E é possível prever espaços como este já no desenvolvimento das plantas das novas residências.
Cozinha com mais espaço de armazenamento
Como percebemos até aqui, a arquitetura dos espaços onde vivemos dizem muito sobre o período histórico pelo qual estamos passando. A relação com a nossa casa mudou e também a relação com o espaço da cozinha sofreu modificações. Nós passamos a cozinhar mais em casa e, consequentemente, a estocar mais alimentos e utensílios culinários. Isso resulta na necessidade de mais espaços para armazenamento de mantimentos e objetos de cozinha.
O cômodo ganhou mais relevância do que já tinha antes e precisa ser repensado. “Não adianta fazer uma cozinha com um metro e vinte de largura”, declarou o arquiteto Eduardo Manzano. “O ambiente ganhou outra função: a de armazenar compras. Para quem não tem despensa, a ideia é usar armários altos para estoque de não perecíveis”, completou Mila Strauss.
Decoração
A busca por conforto, aconchego e proteção também vai se refletir na decoração dos imóveis. Segundo a arquiteta Fernanda Rubatino, o estilo escandinavo “hygge” é um dos que já se destacam nas últimas feiras de arquitetura.
É um estilo que busca despertar a beleza nos pequenos detalhes, por meio da simplicidade, decoração pessoal e intimista, com porta-retratos de fotos de família e de momentos marcantes para acrescentar mais personalidade e memórias do morador à residência. Tudo isso com o objetivo de proporcionar um outro tipo de relação mais íntima com o lar do que aquele para o qual estávamos caminhando em prol da praticidade.
Limpeza prática
Durante a pandemia, a limpeza também ganhou um tom diferente no cotidiano das pessoas. É muito mais sobre a manutenção do espaço que ocupamos e fazemos as nossas atividades, do que uma obrigação ou tarefa vazia.
Contudo, o que se busca hoje é uma maior praticidade para desempenhar esta função. Especialista na área de hospitalidade e em planejamento de cidades inteligentes, o arquiteto Eduardo Manzano também foi ouvido pela Folha e declarou que materiais porosos serão evitados nas novas construções, por conta da dificuldade de higienização. Enquanto “pedras e madeiras rústicas devem cair em desuso, granitos, porcelanatos e rejuntes de epóxi podem se tornar escolhas mais frequentes”, completou.
No entanto, isso não significa que devemos pensar que as novas residências serão completamente revestidas em porcelanato, mas é esperado que a indústria da limpeza desenvolva uma gama maior de produtos e eletrodomésticos mais práticos para realizar a higienização dos ambientes.
Transporte alternativo pós-pandemia: as bicicletas
O transporte público oferece um risco de contágio muito alto por conta do grande número de pessoas em um espaço muito restrito. Nesse cenário, as bicicletas têm ganhado cada vez mais destaque e, de acordo com a Folha, em países como a França, o relaxamento da quarentena com a queda do número de casos da COVID-19 e a chegada das vacinas, veio para impulsionar o uso das bikes como transporte alternativo.
Assim, as casas, apartamentos e condomínios vão precisar se adaptar para receber as bicicletas cada vez mais constantes no dia a dia das pessoas. Ganchos para pendurar as bikes em casa ganham importância, assim como os condomínios e edifícios deverão investir mais espaço para que seus moradores possam guardá-las. Inclusive, alguns ambientes podem até oferecer ferramentas básicas para pequenos consertos e manutenção.
Conte com a JBA
A pandemia e o isolamento social trouxeram várias lições para todos nós como sociedade. Começamos a olhar para nós, para os outros e para o lugar onde vivemos e onde começamos a passar mais tempo: a nossa casa. Infelizmente, esse período ainda não acabou e estamos enfrentando momentos difíceis. Por isso, é importante nos preservar, cuidar de quem a gente mais ama e do nosso espaço.
Se precisar de um lugar novo, pode contar com a JBA para encontrar seu novo lar em Curitiba. Fique à vontade para entrar em contato com a gente e um dos nossos consultores estará sempre à disposição para encontrar o melhor lugar para você: o seu lugar.
- Artigo Anterior Como funciona o aluguel online de imóveis? Tire suas dúvidas
- Próximo Artigo O que saber antes de morar no Jardim Social, em Curitiba